100) Proposição Q:
Q: O tempo previsto em lei para a validade da patente de um software é longo, já que o desenvolvimento de um software não exige muito investimento ou não leva muito tempo.
A proposição Q é equivalente a “Se o desenvolvimento de um software não exige muito investimento ou não leva muito tempo, então o tempo previsto em lei para a validade da patente de um software é longo”
Resolução:
Quando temos "A, pois B", estamos indicando que a ocorrência de B acarreta na de A. Ou seja, isso é o mesmo que:
$ B \to A $
Outras maneiras de escrever a mesma coisa:- Se B ocorre, então A ocorre
- A ocorre, pois B ocorre
- Desde que B ocorre, A ocorre
- B é condição suficiente para A
- A é condição necessária para B
- A ocorre, já que B ocorre
Só com isso já dava para responder a questão. Em todo caso, vamos à representação simbólica.
Dando nomes às proposições simples:
L: o tempo previsto em lei para a validade da patente de um software é longo.
I: o desenvolvimento de um software exige muito investimento.
T: o desenvolvimento de um software leva muito tempo.
Assim, a proposição Q fica:
Se [(o desenvolvimento de um software não exige muito investimento) ou (não leva muito tempo) ] , então [O tempo previsto em lei para a validade da patente de um software é longo]
Introduzindo as proposições:
Se ( não I ou não T), então (L)
O que finalmente nos leva à seguinte simbologia:
$ (\neg I \vee \neg T) \to L $
O item 100 descreveu corretamente a proposição. Item certo.As proposições A, B e C listadas a seguir constituem as premissas de um argumento:
A: Se a proteção de inventores é estabelecida atribuindo-lhes o monopólio da exploração comercial da invenção por um período limitado de tempo, então o direito de requerer uma patente de invenção contribui para o progresso da ciência.
B: Se o direito de requerer uma patente de invenção é utilizado tão somente para prorrogar o monopólio de produtos meramente “maquiados”, aos quais nada efetivamente foi agregado, então esse direito não só não contribui para o progresso da ciência como também prejudica o mercado.
C: O direito de requerer uma patente de invenção, ou contribui para o progresso da ciência, ou prejudica o mercado, mas não ambos.
Tendo como referência essas premissas, em cada item de 101 a 105 é apresentada uma conclusão para o argumento. Julgue se a conclusão faz que a argumentação seja uma argumentação válida.
104) Se o direito de requerer uma patente de invenção for utilizado tão somente para prorrogar o monopólio de produtos meramente “maquiados”, aos quais nada efetivamente foi agregado, então esse direito contribui para o progresso da ciência.
Resolução: como a questão é bem direta, dá para resolver sem precisar sair batizando as proposições.
O item 104 pretende ser a conclusão de nosso argumento. Ele trabalha com o caso de uma patente que é utilizada apenas para prorrogar monopólio de produtos meramente maquiados. Vejam:
Se o direito de requerer uma patente de invenção for utilizado tão somente para prorrogar o monopólio de produtos meramente “maquiados”, aos quais nada efetivamente foi agregado, então esse direito contribui para o progresso da ciência.
Muito bem, vamos agora voltar às premissas para ver o que elas nos dizem nesse caso.
Quem trata do assunto é a premissa B. Ela nos diz que, neste caso, duas coisas ocorrem:
- esse direito não contribui para o progresso da ciência
- esse direito prejudica o mercado.
E o que afirma a nossa conclusão? Afirma justamente o contrário, que contribui sim para o progresso da ciência.
Portanto, a conclusão não decorre das premissas. O argumento é inválido. ITEM ERRADO.
Se você preferir trabalhar com a simbologia lógica, a resolução seria assim:
M: o direito de requerer uma patente de invenção é utilizado tão somente para prorrogar o monopólio de produtos meramente “maquiados”, aos quais nada efetivamente foi agregado
P: o direito de requerer uma patente de invenção contribui para o progresso da ciência
D: o direito de requerer uma patente de invenção prejudica o mercado
L: proteção de inventores é estabelecida atribuindo-lhes o monopólio da exploração comercial da invenção por um período limitado de tempo.
As premissas ficam:
A: $ L \to P$
B: $ M \to (\neg P \wedge D) $
C: $ P \underline{\vee} D $
A conclusão é um condicional:
$ M \to P$
Quando a conclusão é um condicional, podemos usar seu antecedente como premissa adicional. Assim, ganhamos a premissa M. A conclusão se restringe ao seu consequente (P).Tendo a premissa adicional M, analisamos a segunda premissa:
$ M \to (\neg P \wedge D) $
O antecedente é verdadeiro. Para que esta premissa seja verdadeira, seu consequente também deve ser verdadeiro. Logo:
$ (\neg P \wedge D) $
Essa conjunção só é verdadeira se suas duas parcelas também forem V:
$ \neg P $: é verdadeiro
Logo, $ P $ é falso
Nossa conclusão afirma justamente o contrário, ou seja, afirma que P é verdadeiro. Logo, a conclusão não decorre das premissas.
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